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Visita dos estudantes da Chicago School à Casa de Culturas Indígenas

Em 17 de maio ocorreu o Workshop Connecting People and Knowledge: Dialogues on Brazil – Diálogos entre o IPUSP e a The Chicago School of Professional Psychology, que teve como objetivo: promover diálogos em Inglês sobre projetos acadêmicos de cada instituição e propor trocas de conhecimentos entre os estudantes num contexto de internacionalização.

Estudantes indígenas e colaboradores da Rede abriram as portas da Casa de Culturas Indígenas com cantos e danças, visando introduzir às temáticas das ações do serviço no que tange a cultura e extensão universitária que são desdobradas no contexto da Casa de Culturas Indígenas, ações voltadas para a valorização da cultura indígena, como palestras, seminários, cursos, oficinas e eventos culturais.  Essas iniciativas contribuem para a promoção da diversidade e o respeito às tradições indígenas dentro da universidade e na sociedade como um todo.

A equipe enfatizou o papel da Rede nos diálogos com lideranças e comunidades indígenas e na articulação com políticas públicas nos âmbitos da saúde e educação, numa tentativa de promover parcerias. A caminhada coletiva da Rede visa também a troca de conhecimentos, o fortalecimento da luta pelos direitos indígenas e o apoio na resolução de questões relacionadas à terra.

Outro aspecto importante discutido na visita foi a necessidade de implementação do vestibular indígena na Universidade de São Paulo, uma modalidade de processo seletivo específica para candidatos indígenas que desejam ingressar no ensino superior. Essa iniciativa fomentaria a inclusão e a diversidade étnica no ambiente acadêmico, reconhecendo as particularidades culturais e sociais das populações indígenas e oferecendo a possibilidade de acesso à educação superior.

A importância do vestibular indígena está relacionada a vários aspectos, por exemplo, o reconhecimento da diversidade cultural e da importância de valorizar os saberes milenares das comunidades indígenas. Ao criar um processo seletivo específico, a Universidade permitiria que os candidatos indígenas fossem avaliados considerando suas realidades socioeconômicas, culturais e educacionais específicas, em coerência com seus direitos constitucionais.

Ao abrir oportunidades de ingresso para candidatos indígenas, a universidade poderia enriquecer com a diversidade de olhares, línguas e reflexões para o avanço de conhecimentos acadêmicos e científicos em todas as áreas. Os pós-graduandos indígenas presentes enfatizaram que, ao mergulharem na tradição, perspectiva e lutas de suas comunidades, puderam testemunhar a riqueza dessas abordagens e como elas contribuem para uma psicologia mais inclusiva. 

A visita dos estudantes da Chicago School foi um lembrete poderoso de que o conhecimento não tem fronteiras. Através da troca intercultural, pudemos expandir nossos horizontes, desafiar nossas suposições e construir pontes entre diferentes formas de conhecimento. A psicologia aliada aos saberes dos povos originários, com sua ênfase na conexão com a natureza, a espiritualidade e a comunidade, nos lembra da importância de nos conectarmos com nossas raízes ao cuidarmos uns dos outros.