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Rebarreamento da Casa de Culturas Indígenas

No dia 20 de março de 2023, a Rede Indígena do Instituto de Psicologia da USP promoveu uma atividade de rebarreamento da Casa de Culturas Indígenas da USP. A Casa estava com alguns buracos pequenos surgindo em suas paredes por conta do desgaste natural ocorrido com o tempo.

É importante ressaltar que esta não foi a primeira vez que ocorreu o rebarreamento da Casa de Culturas Indígenas, em 2019, no dia 5 de abril já havia acontecido uma primeira restauração da Casa.

De modo a convidar pessoas para além da Rede Indígena, foram feitas divulgações nas redes sociais da Rede, chamando estudantes, funcionários e comunidade externa para participarem dessa atividade.

Para que o rebarreamento fosse possível, foi utilizada terra disponibilizada pela Prefeitura do Campus. Para formar o barro, foi jogada água aos poucos. Com a ajuda de todos os que estavam presentes, a terra e a água foram misturadas através de uma técnica que consistia em pisar nos elementos a fim de formar um barro que fosse propício para a restauração da Casa.

O costume de realizar tal mistura com os pés, pisando, é uma tradição presente nas aldeias indígenas. Nas aldeias, enquanto tal atividade é realizada também são tradicionalmente proferidos cantos pois é uma forma de transmitir para a terra as intenções daquele processo e levar para a Casa todas essas energias.

Contou-se com a presença do Xeramõi Karaí Tataendy, ancião e curador, detentor dos conhecimentos relativos ao rebarreamento das casas tradicionais Mbya Guarani. Sua participação na construção da Casa em 2017 foi essencial, já que foi responsável por toda a orientação de como realizar tal trabalho. Além do Xeramõi, estava também presente sua esposa Xejaryi Iracy, líder espiritual da Tekoa Pyau da Terra Indígena do Jaraguá.

O evento foi aberto ao público e diversas pessoas de dentro e de fora do Instituto de Psicologia compareceram. Foi realizado também um lanche comunitário no qual cada um poderia levar frutas e alimentos leves para compartilhar. Dentre os alimentos, foi levada uma melancia (xanjau) que é uma fruta sagrada para o povo.

No dia da atividade, assim que o rebarreamento foi finalizado, todos entraram na Casa para se alimentar e também para realizar o Nhemboaty, um encontro para sentir-pensar juntos, por meio da troca de experiências, percepções e informações.

Post de divulgação do rebarreamento
Fonte: Instagram da Rede Indígena