Rede de Atenção à Pessoa Indígena Instituto de Psicologia Departamento de Psicologia Experimental
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24/09/2024

1⁰ Encontro do Ciclo de Eventos Psicologia Indígena, Saúde e Bem-Viver

Imagem de Divulgação do Evento.

Data: 25 de outubro de 2024

Parte I – 14h às 16h: Experimentações e saberes indígenas

Parte II – 16h às 18h: Universo indígena em confluências acadêmicas – diálogo com  Nandita Chaudhary e Renato Guimarães

Local: Auditória Maria Amélia Matos, Biblioteca do Instituto de Psicologia, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

Inscrições e mais informações através do formulário pelo link: https://forms.gle/GgL8wLLvhFzaBQTu5

Esse Nhemboaty faz parte de um ciclo de eventos realizados pela Rede de Atenção à Pessoa Indígena vinculado ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Tal ciclo tem início em outubro de 2024.

Buscando aprofundar a compreensão de concepções, práticas e ambientes de saúde e bem-estar e articulando diálogos entre comunidades indígenas e comunidades acadêmicas, nossos encontros compõem-se em duas partes.

Parte I: Experimentações e saberes indígenas
Buscando contribuir na construção da presença de comunidades indígenas na Universidade, a cada encontro haverá um ou mais convidades de uma etnia indígena que irá partilhar uma experiência cultural de seu povo.

Parte II: Universo indígena em confluências acadêmicas
A cada encontro haverá um ou mais convidades acadêmicos que irá partilhar reflexões de sua pesquisa no diálogo com o universo indígena.

Como será nosso encontro em 25/10:

Parte I: a confirmar
Parte II: Diálogo com Nandita Chaudhary e Renato Guimarães

Nandita Chaudhary é uma acadêmica independente na área de psicologia do desenvolvimento cultural, que vive e trabalha na Índia. É consultora e colaboradora de projetos, programas e publicações sobre Desenvolvimento Infantil, Estudos da Família e Psicologia Cultural na Índia, com relevância local e global. Ela bloga em Masala Chai: Reflexões sobre pessoas pequenas https://masalachaimusings.com/. Ela lecionou no Lady Irwin College, Universidade de Delhi. Foi bolsista integral na Clark University, EUA, e membro sênior do Conselho Indiano para Pesquisa em Ciências Sociais. Ela também lecionou no Departamento de Psicologia da Universidade de Ahmedabad por um período e agora está na Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil, num programa para professor visitante em Psicologia Cultural.

Renato SIlva Guimarães realizou formação em Cultural Mediator and Communication, pela University of Nancy II; bacharelado em Film Studies pelo European film institute (IECA); master 1 em Arts, Film Studies pela Paris VIII Saint-Denis University; master 2 em Arts and Archeology Film, Multimedia and TV pela Paris I Pantheon-Sorbonne e Ph.D. em Arts, Plastic Arts, Musicology pela Paris I Pantheon-Sorbonne University. Atualmente, é pesquisador independente do Institut für Romanistik, na Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg. Em seus trabalhos, procura trazer discussões e pensamentos da produção intelectual brasileira que percebe como invisibilizados e que considera importantes para entender a realidade social do país.
𖣉 Nosso evento acontecerá em modalidade presencial no Auditória Maria Amélia Matos, na biblioteca do IP-USP, por isso temos num número limitado de vagas nessa modalidade. Haverá também possibilidade de participação online para a parte II. Em nosso formulário pedimos que nos conte sobre disponibilidade e interesse de participar na modalidade presencial (havendo um número de inscritos maior que o número de vagas haverá uma seleção e o número de inscrições excedentes será direcionado à modalidade online).
Será disponibilizado certificado de participação de acordo com as horas (parte I, 2h; parte II, 2h; partes I e II, 4h).

Iniciando os diálogos:
Epistemologias Indígenas e a Divisão de Desenvolvimento: como a Psicologia Cultural pode ajudar a construir pontes entre comunidades do ‘Quarto Mundo’
Nandita Chaudhary

Comunidades indígenas ao redor do mundo constituem um total de 240 milhões de pessoas em 70 países. A constituição do ‘Quarto Mundo’ é uma categoria que inclui os povos indígenas de várias partes do mundo. Quando analisamos os profundos e extensos conhecimentos dessas comunidades, percebemos que elas sofreram perdas ecológicas e epistêmicas significativas por terem sido ignoradas no projeto de desenvolvimento, sobretudo, pela cumplicidade existente entre a burguesia do Terceiro Mundo e do Primeiro. Esta apresentação se concentrará em nossa responsabilidade acadêmica de promover a importância teórica e as estratégias metodológicas que poderiam construir pontes entre diferentes comunidades indígenas ao redor do mundo. Proponho iniciar essa discussão destacando o que se sabe sobre os grupos tribais na Índia e o que podemos aprender com eles.

Tempo, espaço e saúde 
Sumak kawsay, Kayanerenkó:wa, Lekil Kuxlejal

Renato S Guimarães

As formas de conhecimento ocidentais tendem a separar separam os sujeitos e criam “Outros” distanciados espacial e temporalmente. Ao contrário das sociedades modernas ocidentais, cujas cosmologias e epistemologias, tanto capitalistas como socialistas, baseiam as suas categorias de tempo e espaço ligando os macro-processos sociais à linearidade e ao futuro, as formas indígenas de pensar em sua dimensão temporal e qualidade dialógica estendem ao mundo que nos rodeia, sua noção de “saúde”. Sumak kawsay no sul, Kayanerenkó:wa no norte, ou Lekil Kuxlejal no centro das Américas, vistos como proposta legal, política e cultural nos trazem um presente definido em termos nativos e uma forma particular de conceituar e experimentar a temporalidade mais socialmente ressonante. Minha apresentação é um esforço em preencher a lacuna da percepção da saúde entre indígenas e não-indígenas, ressaltando a relação entre tempo, espaço, autodeterminação e saúde.

Financiamento: FAPESP (Processo número: 22/04906-3) e CNPq (Processo número: 306149/2023-0).